quarta-feira, novembro 06, 2002

Ode a uma Vida

É tão difícil de explicar
Pois o tempo passou
As expectativas acabaram
E a lembrança reside somente na memória de poucos
Na verdade, de apenas um
Pois ele estava lá e sofreu na carne

A juventude ainda regia suas vidas
O futuro era misterioso
E a fé, acima de tudo, o transformava numa coisa promissora
Contra eles, havia apenas um inimigo, a dura realidade da vida
Implacável e incansável

A era de ouro chegou
A alegria voltou a seu coração
E o pequeno fio de esperança havia crescido
E se tornado uma fagulha, com desejo de crescer

E por um tempo cresceu e deu frutos
A tristeza parecia ter se tornado apenas uma lembrança
Uma amarga lembrança, que nunca mais voltaria

Mas seu coração voltou a ficar pesado
Uma angústia inexplicável abateu-se sobre ele
E, finalmente, velhos fantasmas voltaram a assombrar seus sonhos
Um amor perdido, uma amizade destruída, a dor, as lamúrias

O fogo havia se apagado
Não havia mais paz e nem alegria
Cada pensamento, a princípio, alegre transforma-se em dor e pesar
Tudo por conta do passado
Da covardia
Do medo
Do amor
E do ódio

Durante suas aventuras, romances e experiências
A esperança de um futuro alegre e cheio de paz era constante
Mas quando a sombra chegou, tudo se dissipou
Agora tudo estava perdido
Pois nem mesmo quem ainda vive para lembrar não tem mais forças para tanto

Sua jornada continua, com começou e como vai terminar
Ele sempre soube
Sozinho, sem amor, sem felicidade
Apesar o lamento por algo que poderia ter sido, nunca foi e não será
Não nessa vida, enquanto as marcas são fortes e a dor ainda é recente

Quem sabe numa outra era,
Num outro mundo
Com outras pessoas
Mas não hoje, não agora
Quem sabe...

Um comentário:

Unknown disse...

lindo, um dos melhores que já li,amei mim achei nesse poema.