Herança
Quando tudo começou nossos braços eram as armas mais poderosas
Lutávamos por nossas crenças, por nossa terra, por nossa família
Vencemos e celebramos
Perdemos e lamentamos
Mas nunca desistíamos enquanto houvesse algo que valesse a pena
Os punhos cerrados foram substituídos por armas pesadas
O sangue jorrava nas batalhas das quais poucos se reerguiam inteiros
Mas nosso desejo era impetuoso, e lutávamos como nossos ancestrais
Com maça e machado, espada e lança
Para manter um mundo com esperança
Nosso mundo era diminuto
Limitado a nossos galpões e praças
Onde a herança e a lembrança de nossa terra era guardada
De onde partíamos para a batalha
E para onde voltamos para descansar
Ou iniciar a longa travessia
Ninguém ousava cruzar nosso caminho
Não quando partíamos em direção à batalha
Com nossos corações repletos de pão e vinho
E nossas mãos firmes na espada e na navalha
O mundo, porém, mudou a nossa volta
E não havia nada que a espada pudesse fazer contra a explosão
Mesmo em meio à revolta
Sabíamos que a vida sofrera uma grande renovação
Através do pior dos meios
A Morte... A morte desonrada que foge às mãos do bravo guerreiro
Das cinzas ressurgiremos
Com as lembranças da terra que há muito deixamos
E as dores de um lugar do qual chamamos lar
O mesmo lugar que tantas vezes nos fez lutar para preservar
Uma língua distante, paisagens grandiosas
Deuses antigos, honra de homem para homem
Essa é nossa herança
Nossa última esperança
De reconstruir uma terra que não mais nos reconheceria
Mesmo que em nossos corações ainda sejamos os filhos de Erin
Nenhum comentário:
Postar um comentário