Na Janela
O céu era chumbo e opaco
Visto da pequena janela
Olhos claros e cabelos brancos
Nos rosto castigado
Bondes por ali passavam
Agora carros barulhentos
E seus donos rabugentos
As crianças já não mais passeavam
Assim corria do dia
Calmo e sorrateiro
Como a garoa que caia leve
E embalava a vida
Lá estava ela
Com seus cabelos brancos
Mero detalhe
Quase um entalhe
Perdida e concentrada
Dedicada a apenas olhar
Como que para registrar
Mais um dia de nossa caminhada
Sem sair de sua janela envidraçada
Pensamentos perdidos nas brumas do passado
Sempre presentes como um eterno recado estampado
Um leve olhar, uma alma iluminada
Quase encantada
Nenhum comentário:
Postar um comentário