O Bardo 
O coração do Bardo respondia a um chamado 
Nas distantes terras do Ulster sua habilidade era requisitada 
Sua razão era desconhecida, mas ao Bardo só restava iniciar sua jornada 
Caminhou então, em direção ao norte, seguindo o desejo de seu coração desesperado 
Guerra e tristeza foi o que encontrou 
Pois o coração dos homens clamava por luta e vingança 
E o sangue continuava a jorrar frente a tamanha matança 
Ao chegar, depois de muito pesar, o Bardo não acreditou 
Seu coração alertou-o sobre o fim de seu caminho 
Nem jovem, nem velho, nem homem, nem mulher escapava da guerra 
Para ele era claro que era chegado o fim de uma era 
Mas só o que fez foi pensar em todos com carinho 
Sentou-se numa pedra e começou a tocar e cantar 
Ao fundo ouvia-se apenas as espadas e lanças a ecoar 
Sua música aumentou e com ela as batidas de seu coração 
Atingidos por tão sincera melodia, espada e lança baixaram perante a canção 
Depois de muito tempo, o clangor das armas perdeu seu poder 
As palavras do Bardo superavam o mais hábil dos guerreiros 
Todos cairam como que por um feitiço que parecia nunca esmorecer 
Sua canção aumentava cada vez mais, mas apenas para encontrar mais e mais lugares em que ela tivesse significado 
E, bravamente, o Bardo entoava suas histórias e instaurava a paz 
Do interior do que seria a última chacina veio a Luz 
Dentro de um belo vestido azul estava a imagem capaz de esmorecer o impeto do rapaz 
Mas nem mesmo essa visão o fez desistir de sua missão 
De ao outros mostrar a compaixão mesmo que para isso perdesse seu coração 
E assim foi até que a última das batalhas tivesse acabado 
E seu valente coração o abandonado 
Lá deitou o Bardo, nos braços daquela que o convocara 
Para que de suas palavras viesse uma nova era 
Nenhum comentário:
Postar um comentário