O Bardo*
O coração do Bardo respondia a um chamado.
Nas distantes terras do Ulster sua habilidade era requisitada.
Sua razão era desconhecida, mas ao Bardo só restava iniciar sua jornada.
Caminhou então, em direção ao norte, seguindo o desejo de seu coração desesperado.
Guerra e tristeza foi o que encontrou,
Pois o coração dos homens clamava por luta e vingança.
E o sangue continuava a jorrar frente a tamanha matança.
Ao chegar, depois de muito pesar, o Bardo não acreditou.
Seu coração o alertou sobre o fim de seu caminho.
Nem jovem, nem velho. Nem homem, nem mulher escapava da guerra.
Para ele era claro que era chegado o fim de uma era,
Mas só o que fez foi pensar em todos com carinho.
Sentou-se numa pedra e começou a tocar e cantar,
Ao fundo ouvia-se apenas as espadas e lanças a ecoar.
Sua música aumentou e com ela as batidas de seu coração.
Atingidos por tão sincera melodia, espada e lança baixaram perante a canção.
Depois de muito tempo, o ardor das armas perdeu seu poder,
E as palavras do Bardo superavam o mais hábil dos guerreiros.
Todos caíram como que por um feitiço que parecia nunca esmorecer.
Sua canção aumentava cada vez mais,
Mas apenas para encontrar mais e mais lugares em que ela tivesse significado.
E, bravamente, o Bardo entoava suas histórias e instaurava a paz.
Do interior do que seria a última chacina veio a Luz.
Dentro de um belo vestido azul estava a imagem capaz de esmorecer o ímpeto do rapaz,
Mas nem mesmo essa visão o fez desistir de sua missão.
De ao outros mostrar a compaixão mesmo que para isso perdesse seu coração.
E assim foi até que a última das batalhas tivesse acabado.
E seu valente coração o abandonado.
Lá deitou o Bardo, nos braços daquela que o convocara,
Para que de suas palavras surgisse um novo começo.
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* Foi esse poema que começou com tudo, que mostrou meu caminho bárdico e foi o responsável pela criação desse blog. Como uma nova fase se inicia, nada melhor que invocar a pedra fundamental de meu trabalho. Abraços a todos!
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