Pequenas Coisas
Vocês já pararam para notar que sempre damos grande atenção às coisas/atos que nos parecem ser mais importantes em nossas vidas?
O resultado disso é que deixamos de lado os pequenos detalhes, aquelas coisas diminutas que transformam algumas ocasiões cotidianas em coisas fenônemais e inesquecíveis, mas que logo caem no esquecimento por causa de uma coisa .. humm.. maior.
Concordo que se tentássemos memorizar tudo isso, entraríamos em parafuso e todo o sentido da vida cairia por terra em meio à confusão de pensamentos e lembranças de incontáveis situações como essas, mas tentar armazenar uma quantidade maior delas poderia fazer um bem inimaginável. Por exemplo, em momentos de stress muito forte e muita preocupação, lembrar de ter visto um pequeno esquilo subir rapidamente numa árvore, olhar para você, piscar, e correr para o topo pode parecer bobo, mas, com certeza, vai garantir um leve sorriso. Um breve retorno a uma situação calma e agradável, o que pode fazer a diferença entre explodir fora de controle e suportar a pressão e sair-se bem. Bem, eu vi o esquilo, mas cada um pode lembrar de algo nessa linha.
Por quantas vezes eu presenciei pessoas perdendo a razão como resultado de várias pressões e, por vezes, perdendo muito mais do que isso por não manter a calma. Seria isso uma espécie de fuga momentânea? Pode até ser, já nesse "refúgio" as presssões não existem e lá é possível encontrar um pouco de paz, mesmo que por 1 ou 2 segundos.
Fico pensando, num contexto meio geral, será que procurar uma alternativa, mesmo que escapista como essa, em casos mais simples é tão difícil assim que pouca gente pense? Ou será que o costume de explodir é tão automático que não existe sequer a chance de que a situação seja resolvida de outra forma?
Isso, com certeza, vai parecer brega e cafona, mas direi de qualquer forma, a vida tem tanta coisa boa para ser vista, aproveitada e realizada que, de verdade, os problemas são ínfimos perto delas. Sabe, de vez em quando é legal ter uma discussãozinha aqui, um ranca-rabo ali, pq senão tudo seria um tédio, mas - principalmente em situações que envolvem trabalho - tentar sair pela tangente em prol de um dia mais feliz não parece ser uma idéia tão má.
Antigamente, coisa de 2 anos atrás, eu comprava briga por tudo. A troco de que? Hoje tenho a calma para me fazer essa pergunta seja agora, seja na hora de um problema. Não vou conseguir nada além de um desentendimento com um garçon tapado, um professor arrogante, um chefe mal-educado, um gerente metido a dono do mundo. E o pior é que, normalmente, os caras não atendem os pedidos e o cliente/empregado é quem sofre.
Vejo muuito isso acontecer e, realmente, me magoa, pq vejo pessoas boas jogando sua calma para o espaço e estragando seus programas por causa de má conduta alheia. Não estou dizendo, de modo algum, que devemos aceitar coisas erradas ou posturas idiotas, mas sim que devemos brigar da maneira correta e, principalemente, NA HORA CORRETA. Infelizmente, de nada adianta discutir com quem não tem poder de decisão para sanar o problema. É uma falha do Brasil, sim, infelizmente, e explodir nesses momentos só leva a situações mais chatas ainda.
Sabe, vejo gente brigando no trânsito, em escritórios, em encontros de colegas, em todo lugar, pq ninguém pensa com calma nas horas de discussões mais acaloradas, de discordâncias de idéias ou mesmo numa conversão problemática, já que todos sempre têm razão, dependendo do ponto de vista, mantér a calma parece uma tarefa hercúlea.
Mudar o mundo é algo muito complicado e virtualmente impossível, mas melhorar nosso jeito de se portar e de encarar esses "pequenos" problemas do dia-a-dia - sim, é isso que são, pequenos problemas - pode ser um grande começo para que nossas vidas ganhem novo ânimo e até mesmo novas perspectivas. Hoje penso assim, depois de muita luta e porrada em murro de faca e, às vezes, parece que o mundo lá fora é tão agressivo e tão violento. A troco de que? Em muitas vezes, de nada. Absolutamente nada. Uma pena.
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